Vacinação tem procura bem abaixo da meta e dengue já começa a matar em Dourados
Com pouco mais de dois meses da vacinação contra a dengue disponível em Dourados, o total de pessoas imunizadas atingiu 38.524, conforme a atualização mais recente da prefeitura, divulgada na quinta-feira (14/3). O total não alcança nem um terço da meta pretendida, que é de 150 mil pessoas, conforme a gestão municipal.
Em 2024, o município já registrou uma morte pela doença, sendo de um homem, de 33 anos, que não possuía comorbidades –veja aqui-.
Conforme o boletim da SES (Secretaria de Estado de Saúde) desta semana, Dourados registra 179 casos prováveis da doença, 116 confirmados e ocupa nível de baixa incidência.
Com mais casos confirmados no Estado figura Chapadão do Sul, com 503. Campo Grande registra 386, Costa Rica, 278, Ponta Porã, 104 e Três Lagoas, 43.
Em todo o Mato Grosso do Sul, o total de casos figura em 2.412. São oito óbitos em investigação pela doença. Quatro óbitos por dengue foram registrados até o momento, sendo um destes em Dourados, como já citado e um bebê, de um mês em Maracaju, um idoso, de 81 anos, em Chapadão do Sul, uma idosa, de 73 anos.
Dourados foi pioneira no Brasil, na vacinação em massa contra a dengue, ação iniciada no dia 03 de janeiro, o que foi possível por meio de uma parceria com o laboratório Takeda.
O imunizante denominado Qdenga é distribuído em todas as UBS’s (Unidades Básicas de Saúde) para a população com idade entre 4 e 59 anos, 11 meses e 29 dias.
Além disso, a administração municipal vem realizando diversas ações em escolas, centros municipais e até mesmo no shopping com intuito de imunizar mais pessoas, no entanto, além da procura aquém do esperado, agora terá que lidar também com a recomendação do Ministério da Saúde de evitar essas ações chamadas “extramuros”, medida que foi motivada diante de registro de alguns poucos casos de reação alérgica à vacina, o que está sendo analisado pelos órgãos de Saúde.
Na sexta (8), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que, no universo de 365 mil doses aplicadas no país desde 2023, foram identificados apenas 16 casos de reações alérgicas graves, ou 0,0005%.
“Todas as pessoas estão recuperadas e passam bem”, esclareceu, reforçando que os benefícios da proteção representam muito mais do que eventuais riscos.
Sobre o ponto das “extramuros”, o Dourados News questionou a prefeitura municipal via assessoria de comunicação, sobre como iria trabalhar e foi informado que estratégias estão sendo trilhadas pela Sems (Secretaria Municipal de Saúde).
“A Sems está se adequando a portaria e encontrando estratégias, além da abertura de postos além do horário de atendimento, vendo a possibilidade de como fazer a “extramuros” de maneira segura, garantindo que a equipe tenha estrutura caso ocorra algum caso de reação alérgica”, destacou.
A equipe de reportagem também enviou questionamentos para a assessoria de comunicação sobre o que impacta na baixa procura das doses por parte da população, mas não houve um posicionamento.