‘UFC Cachaça’: Jovem que recrutava até crianças para brigas de rua em Campo Grande volta a transmitir nas redes

‘UFC Cachaça’: Jovem que recrutava até crianças para brigas de rua em Campo Grande volta a transmitir nas redes

Em um dos novos vídeos publicados, jovens que aparentam ser menores de idade enfrentam-se em lutas de boxe

Jovem, que ficou conhecido em abril por postar nas redes sociais vídeos com pessoas embriagadas, moradores de rua e até crianças em brigas de rua em Campo Grande, voltou a transmitir os mesmos conteúdos na internet, mesmo após intervenção policial.

O rapaz, que na época era menor de idade, viralizou nas redes sociais com o conteúdo e, após as reportagens, foi orientado pela polícia especializada a parar com a produção do conteúdo, por expor menores a situações de violência. Posteriormente, os vídeos foram apagados e a conta no Instagram indisponibilizada.

Na época em que foi revelado pela reportagem do Jornal Midiamax, o caso ganhou repercussão nas redes sociais, onde foi chamado até de ‘UFC Cachaça’, por envolver moradores de rua aparentemente alcoolizados, e até de ‘Rinha de Criança’, pois eram vários os vídeos onde menores de idade eram colocados em brigas, sem o conhecimento e consentimento dos responsáveis, acarretando riscos à saúde e segurança.

O caso foi tratado pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), que informou que o promotor dos vídeos foi ouvido pela delegada responsável pelo caso.

“Foi instaurado um procedimento, com os vídeos, fotografias e prints, onde ele teve que indicar os nomes de todos os menores, com a qualificação de todos os adolescentes”, disse a delegada Daniela Kades.

Corrupção de menores

Contudo, nesta semana, dois vídeos chegaram a ser postados por ele, novamente com a participação de jovens em lutas – não é possível precisar a idade dos participantes, mas aparentam ser adolescentes. A reportagem apurou que o proprietário da página já atingiu a maioridade. Por isso, a investigação de eventuais irregularidades ficaria a cargo da 6ª Delegacia da Polícia Civil de Campo Grande, e não mais pela especializada.

“A princípio, em tese, poderia tipificar a incitação ao crime, sem prejuízo de ser apurada a lesão corporal de qualquer das partes envolvidas, caso tenham interesse, pois o crime de lesão corporal depende do interesse das partes para ser apurado”, disse o delegado à reportagem. Entretanto, afirmou ainda que caso um maior de idade organize um evento onde menores participam de brigas, isso pode caracterizar crime de corrupção de menores.

A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com o proprietário da página e questionou a idade dos envolvidos e se ele teria ciência das consequências de seus atos. Ele afirmou, porém, que todos os envolvidos teriam mais de 18 anos, diferentemente do que aconteceu meses atrás.

“Vou voltar a fazer vídeos de novo e com maiores de idade e com equipamento profissional para evitar qualquer tipo de lesão”, afirmou o jovem, que, após o contato com a reportagem, retirou um dos vídeos do ar, mas que consta na compilação abaixo.

Confira o vídeo das postagens:

https://youtube.com/watch?v=1J1q_1R-JvM%3Ffeature%3Doembed

Relembre o caso

No início de abril, o Jornal Midiamax revelou caso onde crianças e adolescentes foram recrutadas para participar de lutas de rua, filmadas e compartilhadas em redes sociais. Os vídeos mostravam adolescentes lutando em locais públicos como praças, avenidas e no centro da cidade, sem prêmios em disputa além da busca pela viralização na internet.

Depois de três dias, após a repercussão e a notícia de que a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) iria investigar o caso, os vídeos foram todos apagados. “Eu também sou ‘de menor’ (sic) e não sabia dos riscos que a gente corria, por isso, não quero mais lutas, nem quero saber mais disso”, respondeu após ser questionado o porquê de ter apagado os vídeos.

Lutas em Campo Grande envolvendo menores devem ser denunciadas

Caso você presencie qualquer situação que envolva riscos à saúde e proteção de crianças e adolescentes, você deve denunciar. Os canais de denúncia para casos que envolvem menores de idade são:

  • Disque 100 – Disque Direitos Humanos. O número da Secretaria de Direitos Humanos recebe denúncias de forma rápida e anônima e encaminha o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente. Disque 100 de qualquer parte do Brasil.
  • Chamar o Conselho Tutelar para casos de violência física ou sexual, inclusive por familiares, casos de ameaça ou humilhação por agentes públicos, casos de atendimento médico negado.
  • Contatar a Polícia Militar (190) ou o Samu (192) para pedidos de socorro urgentes.
  • Procurar delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres, ou qualquer delegacia de polícia.

Regra do Instagram é clara: proibido incitar violência

Ao usar plataforma como o Instagram, o usuário deve aceitar os termos e condições de diretrizes da comunidade para postar conteúdo. Caso o material publicado não esteja de acordo, a rede social afirma que poderá excluir os vídeos denunciados e, em último caso, até banir o usuário responsável.

Veja abaixo o que diz a diretriz de comunidade sobre postagem de conteúdo contendo violência explícita:

Sabemos que muitas pessoas usam o Instagram para compartilhar eventos importantes e interessantes. Alguns desses problemas podem envolver imagens explícitas. Como muitas pessoas diferentes e de várias idades usam o Instagram, podemos remover vídeos de violência explícita e intensa para garantir que a plataforma seja apropriada para todos.

Compreendemos que as pessoas compartilham frequentemente esse tipo de conteúdo para condenar, gerar conscientização ou educar. Se quer compartilhar um conteúdo por esses motivos, incentivamos você a escrever uma legenda avisando sobre a violência explícita. Nunca é permitido compartilhar imagens explícitas por prazer sádico ou para exaltar a violência“.

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