STF vai julgar ação de MS contra lei que afixa teto do ICMS sobre combustíveis

STF vai julgar ação de MS contra lei que afixa teto do ICMS sobre combustíveis

Ministra Rosa Weber dispensou análise liminar e julgamento será no plenário

O STF (Supremo Tribunal Federal) vai julgar no Plenário a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) apresentada por Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e mais 10 estados, contra Lei Complementar 194/2022, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro e que impede a fixação de alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) acima do teto a combustíveis e outros itens considerados essenciais.

A ministra Rosa Weber, responsável pela ação, submeteu o processo ao rito abreviado, previsto em Lei, que dispensa análise liminar e autoriza o julgamento diretamente do mérito em plenário, em razão da relevância do tema. Ela solicitou informações ao presidente Jair Bolsonaro, à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal sobre a Lei Complementar que considera essencial combustíveis, gás natural, energia, transporte e comunicações.

Os estados afirmam que a medida impede a fixação das alíquotas acima de 17% e pode causar graves consequências às arrecadações. Afirma que a medida impõe ônus excessivo e desproporcional aos entes federados, comprometendo a continuidade dos serviços essenciais prestados à população. As autoridades têm o prazo comum de 10 dias para prestarem as informações e, sucessivamente, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República terão cinco dias para manifestação.

Ainda não foi definida a data do julgamento.

Como é formado o preço dos combustíveis em MS

Midiamax divulgou nesta segunda um material explicativo, que mostra como é formado o preço dos combustíveis em Mato Grosso do Sul. São cinco os fatores que influenciam nos preços: o Preço Internacional do Petróleo, a política de preços aplicada pela Petrobras; o refino, distribuição e revenda; o preço do etanol e os impostos aplicados. Desses fatores, o que mais interfere é a política de preços da estatal de combustíveis. No caso do diesel, compõe 65,9% do valor do litro. Na gasolina, chega a R$ 40,1%. O conteúdo completo está disponível aqui.

Outra ação de ICMS

Por meio do Conpeg (Colégio Nacional dos Procuradores Gerais dos Estados e Distrito Federal), os governadores já haviam ajuizado outra ADI junto ao STF, com o objetivo de derrubar a Lei Complementar federal 192/2022, que reduz e uniformiza o ICMS do gás, combustíveis, energia, comunicações e transporte.  

Os estados afirmam na ação que a redução abrupta da arrecadação, por ato unilateral federal, consiste em quebra do pacto federativo e interferência indevida na autonomia política, financeira, orçamentária e tributária desses entes. A medida impõe que o ICMS seja cobrado via alíquota fixa por litro, e não percentual sobre o preço médio.

“[…] tudo isso foi feito sem qualquer estudo de impacto fiscal e sem a demonstração de que esse novo instrumento será eficaz, dado que os preços dos combustíveis são atrelados à sorte dos mercados internacionais e resultado de uma política duvidosa da Petrobras, e diante da constatação empírica de que medidas de desoneração não beneficiam necessariamente o bolso do consumidor”, lê-se na petição. O relator desta ação é o ministro Gilmar Mendes.

FONTE: Mídia Max

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