Saiba o que acontece no 3º dia de julgamento de Name, Rios e Vlad sobre assassinato de Matheus
Júri que tinha previsão de 4 dias deve terminar ainda nesta quarta-feira (19)
O julgamento reconhecido como da ‘década’ em que sentaram no banco dos réus Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo, conhecido como ‘Vlad’, pelo assassinato de Matheus Coutinho, deve terminar nesta quarta-feira (19), depois da dispensa de várias testemunhas pelos réus. O julgamento estava previsto para durar quatro dias.
Entenda o que acontece nos momentos finais do júri popular que teve megaesquema de segurança, com reforço no policiamento no entorno do Fórum, que está movimentado desde a manhã de segunda-feira (17), onde esteve a imprensa e curiosos que ficavam na fila para disputar uma das cadeiras no plenário.
Jamil Name Filho já tem três condenações, que somam 23 anos e 2 meses de prisão. Ele se sentou no banco dos réus pela primeira vez e deve enfrentar outro júri pelo assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo, conhecido como ‘Playboy da Mansão’. O julgamento pela morte de Marcel ainda não foi marcado.
Matheus Coutinho foi assassinado com sete tiros de fuzil em frente a sua casa, quando manobrava a caminhonete de seu pai. O alvo no dia 9 de abril de 2019 era o pai do estudante, Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’.
Dia de debates
Neste terceiro dia, após as testemunhas e réus serem ouvidos, começam os debates entre acusação e defesa. Os debates têm tempo regulamentar da casa e cada um possui 30 minutos para explanar sua tese. E do debate participam os advogados dos réus, sendo:
- Defesa de Jamil Name é composta por Anderson Lima – de Brasília, o ex-ministro do STJ, Nefi Cordeiro e Eugênio Malavasi.
- A defesa de Marcelo Rios é composta por Márcio Vidal e Luiz Renê Gonçalves.
- Vladenilson Olmedo tem em sua defesa os advogados Alexandre Barros Padilha, Márcio Sandim e Ewerton Belinatti da Silva.
Já a acusação é composta pelos promotores Douglas Oldegardo, Luciana Rabelo, Moisés Casarotto e pelo promotor do Gaeco, Gerson Araújo, além da assistente de acusação, mãe de Matheus, Cristiane Almeida.
Após os debates tem-se a réplica que pelo tempo regulamentar deve ser de 15 minutos e depois as tréplicas. Logo após os jurados, num total de sete, entre eles 5 homens e 2 mulheres, vão para uma sala secreta.
Na sala secreta, o conselho de sentença, como são chamados os jurados, recebem um questionário com perguntas, sendo que as respostas são: Sim ou Não. Após a votação de cada um é feita a contagem dos votos que é lida no plenário.
Após isso, o juiz Aluízio Pereira dos Santos comunica a sentença que ele como magistrado vai aplicar aos réus, levando em consideração qualificadoras, mandante do crime e executores.
O que motivou a execução?
As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.
Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.
Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e paz Mundial.
Nesse período, Antonio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.
Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi malvisto.
A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.