Problemas há anos, falta de água e uso de álcool e drogas têm sido tratados com projetos nas aldeias

Problemas há anos, falta de água e uso de álcool e drogas têm sido tratados com projetos nas aldeias

Torneiras a ‘conta-gotas’ e horas sob o sol escaldante em busca de um balde de água que possa garantir o preparo dos alimentos ou a própria higiene, são algumas das dificuldades vividas há décadas por moradores da Reserva Indígena de Dourados. Diante de um contingente estimado em 15 mil pessoas – maior que muitos dos municípios sul-mato-grossenses – a população local sofre com as dificuldades existentes no espaço já engolido pela cidade. 

Os fatores, relembrados neste Dia dos Povos Indígenas, não se resumem apenas às questões enfrentadas para ter acesso ao bem natural, necessário para a sobrevivência de qualquer ser-humano, mas também, outros, que entra e sai governo, insistem em deixar os habitantes à margem de situações básicas como saneamento, segurança pública e infraestrutura. 

Mais ainda, diante de um cenário cada vez maior de violência, jovens acabam alvos de traficantes de drogas e da facilidade do consumo do álcool, gerando os mesmos problemas sociais existentes nas periferias das grandes cidades brasileiras. 

Em meio a essa realidade, algumas ações vem ocorrendo na região no intuito de proporcionar melhorias aos moradores e, apesar de ainda engatinharem, podem ser vistas como um início em busca da solução para esses casos. 

Um dos exemplos é um projeto desenvolvido em parceria pela União e o Estado tem buscado resolver a falta de água. 

Desde janeiro deste ano, uma força-tarefa atua para acabar com o problema enfrentado pela população. No primeiro momento, em torno de 200 famílias que tinham acesso dificultado, já começaram a receber a água em casa. 

O grupo formado por autoridades e representantes da comunidade indígena, tem agora elaborado projetos técnicos que serão apresentados para o Governo Federal. A expectativa é quem em até três meses esses estudos estejam prontos. 

“Agora estamos na etapa de elaborar os projetos técnicos executivos para serem apresentados em Brasília. No máximo em 90 dias eles estarão prontos para podermos levar ao Governo Federal e buscarmos juntos, soluções definitivas e os investimentos necessários para acabar com esse problema nas aldeias de Dourados”, disse recentemente o vice-governador Barbosinha (PP), após reunião no início de abril com representantes de diversas frentes que atuam nesse sentido.

Problema relacionado a falta de água ocorre há anos na Reserva Indígena de Dourados – Foto lateral: Divulgação, Foto central: Adriano Moretto/Arquivo/Dourados News

Prevenção

Outra situação grave encontrada no local e que merece atenção maior das autoridades diz respeito a violência, em grande parte das vezes causada em decorrência do consumo de drogas. 

Com o álcool cada vez mais presente na vida das famílias, um projeto desenvolvido pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), tem buscado prevenir os moradores com a realização de oficinas e atendimentos à comunidade. 
Denominado ‘Cuidar’, o projeto foi pensado durante seis meses e deu início às oficinas e ações em fevereiro.  

“Para fazer um projeto com esse objetivo era preciso primeiro ouvir os povos originários, saber qual a percepção que eles têm de prevenção e quais os fatores determinantes do uso de álcool e outras drogas. Dessa forma que foram criados os eixos do projeto”, relatou à assessoria de comunicação da Universidade a coordenadora do Cuidar, professora Gicelma Chacarosqui, docente da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras da UFGD. 

Apesar do grupo ainda não possuir números relacionados aos casos de alcoolismo e uso de drogas nas aldeias da cidade, a proposta consiste em formar multiplicadores de conhecimento sobre esses temas em escolas da região. 

As oficinas se estendem ao longo deste semestre e abrangem cinco eixos: Agroecologia – Saúde que vem da terra; Multimeios – Produção de material audiovisual; Empreendedorismo; Interculturalidade, saúde e bem-estar; e Linguagens, Direito e Cidadania. 
 
O projeto tem parceria também com o campus de Dourados do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), e prefeitura por meio das Secretarias Municipais de Educação e de Assistência Social.

Fonte: Dourados News

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