Pesquisa apresenta impacto de doenças na produtividade da soja

Pesquisa apresenta impacto de doenças na produtividade da soja

O trabalho foi apresentado durante a programação do 27º Showtec

Mancha-alvo, ferrugem asiática e crestamento foliar de cercospora, principais doenças que atacam as lavouras de soja de Mato Grosso do Sul, foram pesquisadas pela Fundação MS, e divulgadas pela Dra. Ana Ruschel, palestrante do 27º Showtec, quinta-feira (23). Entre os impactos dessas doenças na cultura da soja, o maior foi a diminuição da produtividade. Foram registradas perdas de 15 sacos por hectare, 6,6 sc/ha e 10,4 sc/ha, respectivamente, para cada doença. A pesquisa foi desenvolvida em lavouras de Maracaju, Anaurilândia, Naviraí e Ponta Porã.
Para a pesquisa, foram definidos vários ensaios com diferentes fungicidas, em contextos climáticos adversos. Em outra situação também foram avaliados diferentes volumes de caldas (mistura de água, adjuvante e fungicida) a fim de avaliar a efetividade no controle das doenças.
Nas áreas onde foram aplicados 50 litros de fungicida por hectare, a produtividade da soja foi de 69 sacos por hectare. Já nos tratamentos onde se aplicou 80 e 100 litros por hectare, o impacto foi semelhante entre eles, havendo uma redução de perdas em ambos, de 7,2 sc/ha e 6,4 sc/ha, respectivamente, quando comparado à aplicação de 50 litros por hectare. Nas áreas em que a aplicação foi de 120 e 150 litros por hectare, também houve mitigação das perdas, de 10,3 sc/ha e 10,9 sc/ha.
“Conhecemos produtores que chegam a aplicar 30 litros por hectare. Em uma área de 10 mil metros quadrados, distribuir 30 litros de produto é um volume muito baixo. E o que chama a atenção neste trabalho é que apenas variando esse volume de calda, do mesmo produto, pode impactar em uma redução de até 10 sacos por hectare”, explica a pesquisadora da Fundação MS, Ana Ruschel. “Apenas melhorando operacionalmente, o produtor pode gastar o mesmo valor, em termos de produto, e evitar uma perda de 10 sacos”, completa.
Em relação aos relatos de produtores rurais que buscam a Fundação MS para soluções quanto às doenças na soja, segundo a pesquisadora, nesta última safra houve relatos diferentes dos tradicionais. “O produtor nunca mandava fotos de cercospora. Esse ano eu comecei a receber, relatando que estão com dificuldades de manejo com essa doença. A partir disso, a gente enxerga novos indicativos; essa doença começa a chamar mais atenção”, destaca Ana, ao alertar que a cercospora causa mancha púrpura no grão, caracterizado por um grão de soja de coloração arroxeada. Um problema sério que reduz a qualidade do grão e seu teor de proteína.
“Protegendo a soja de alto potencial produtivo” é o nome do painel em que a pesquisadora Ana Ruschel apresentou sua palestra. Também participaram deste painel a Dra. Jaqueline Huzar Novakowiski, que tratou dos desafios no manejo de patógenos de solo na cultura da soja, e a agrônoma Thaís de Carvalho, da Sapé Agro, que moderou o debate.

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