Operário completa 85 anos com temporada sem títulos e histórias por relembrar
O Galo, de Campo Grande, foi vice-campeão estadual, eliminado da Copa do Brasil e último no Brasileiro Série D
O Operário Futebol Clube, de Campo Grande, está comemorando nesta segunda-feira (21) 85 anos de história. O time é o mais antigo de Campo Grande e carrega o título de ser o maior campeão estadual de Mato Grosso do Sul. O Galo alvinegro tem 12 títulos em MS e 4 antes da divisão de Mato Grosso.
Além dessas taças, o time conquistou o Campeonato Brasileiro Série B de 1987 no âmbito nacional e duas taças internacionais: Taça da Seleção URSS (União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas) (1973) e Mundialito President Cup em 1982, na Coreia do Sul.
O presente é mais modesto para um clube que não teve o principal estádio de Mato Grosso do Sul, o Pedro Pedrossian (Morenão), para atuar em 2023. A realidade foram os mandos no Estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas, em Campo Grande, e o Sotero Zárate, em Sidrolândia.
O time profissional masculino começou o ano cheio de expectativas no auditório do Bioparque Pantanal. A meta era ser campeão estadual, avançar na Copa do Brasil, na Copa Verde e subir ao Campeonato Brasileiro Série C. Somente um desses objetivos foi logrado. O Galo venceu o xará Operário Ferroviário-PR, mas foi goleado por 5 a 0 diante do CRB-AL na segunda fase.
Na Copa Verde, queda na primeira fase para o Tocantinópolis nos pênaltis. O Estadual rendeu o vice-campeonato contra o Costa Rica e a vaga para a Copa do Brasil de 2024. Já na Série D, última colocação no grupo A7. Com isso, o ano acabou em julho.
Último jogo da equipe masculina foi diante da Ferroviária em Sidrolândia (Foto: Rodrigo Moreira)
Time feminino – A equipe de futebol feminino do Operário é a atual campeã sul-mato-grossense. As mulheres conquistaram o título Estadual em 2022. Neste ano, o time disputou o Campeonato Brasileiro Série A3 (equivalente à terceira divisão).
Na primeira fase, o time enfrentou o Toledo-PR e venceu por 2 a 1 no Estádio Jacques da Luz e perdeu no Paraná por 2 a 0. Agora, aguarda definições da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) para a disputa de 2023.
Nos arquivos – Fundado em 21 de agosto de 1938 por operários da construção civil, o Operário foi liderado pelo pintor Plínio Bittencourt. Cidadãos comuns que buscavam dar vazão aos seus anseios em prol de uma sociedade na qual o futebol pudesse ser acessado pelas classes populares. O auge foi nas décadas de 1970 e 1980, quando o time chegou a ficar em 3º no Campeonato Brasileiro de 1977 e levantou a taça da Série B de 1987.
No entanto, o clube tem episódios que foram recuperados neste ano dos arquivos do Campo Grande News. A primeira história envolve a antiga sede do clube, localizada na Avenida Bandeirantes. O local na altura do bairro Vila Taquarussu é uma loja revendedora de veículos.
Antiga sede do clube localizada na Avenida Bandeirantes (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
No ano de 2005, o prédio teve de ser liquidado por R$ 16,5 mil para ajudar no pagamento de dívidas. Atualmente, a sede provisória descrita no próprio site do clube é o Clube Ypê, localizado na Rua Doutor Eduardo Olimpio Machado, nº 300, no bairro Monte Castelo.
Sede do clube após a revenda demolida (Foto: Acervo Operário)
Outro ‘causo’ encontrado nos arquivos envolve o confronto de Copa do Brasil no ano de 2006. Na primeira fase da competição, o Galo recebeu o Botafogo no Estádio Morenão no dia 16 de fevereiro. Por conta das chuvas no verão campo-grandense, o confronto que seria na quarta-feira (15) passou para a quinta-feira.
O estádio chegou a receber os torcedores, mas o gramado estava sem condições e o jogo teve de ser adiado. Na época, o confronto teve até a presença do então prefeito de Campo Grande, o atual senador Nelson Trad Filho. Na volta para casa, alagamentos nas ruas de acesso ao Morenão foram flagrados pela reportagem do Campo Grande News. Alguns torcedores até se arriscaram em meio à enxurrada.
No dia seguinte, sem chuva, o Botafogo venceu com dois gols do atacante Dodô e do defensor Reinaldo de meia bicicleta. O regulamento da Copa do Brasil previa que se o visitante vencesse por dois gols ou mais, não haveria confronto de volta. Com o 2 a 1, o embate foi para o Rio de Janeiro e o Fogão venceu por 5 a 1.