Operação desarticula quadrilha que clonou número de celular de Riedel
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (3), a operação Porta 67, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em fraudes envolvendo portabilidade telefônica. A investigação começou em maio de 2023, após o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), ter o número de telefone clonado.
O nome da operação faz referência ao código de área (DDD 67) do estado de Mato Grosso do Sul, além de aludir à portabilidade fraudulenta feita pelo grupo criminoso.
Segundo as autoridades, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Os criminosos utilizavam acessos internos das operadoras de telefonia, compravam chips em grande quantidade e usavam logins de atendentes para burlar os sistemas de segurança das empresas, praticando fraudes sofisticadas.
O delegado adjunto da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI), Gustavo Godoy Alevado, explicou que a investigação foi iniciada pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, mas, com a constatação de que os fatos ocorreram em Várzea Grande (MT), o inquérito foi transferido para o estado vizinho.
“Comprovou-se que a vítima teve seus dados pessoais utilizados de forma fraudulenta para viabilizar a portabilidade de sua linha telefônica para outra operadora. A chamada que solicitou a mudança partiu de um número em nome de uma ex-funcionária da operadora, que se autenticou indevidamente com credenciais de uma vendedora autorizada”, explicou o delegado.
O chip utilizado para habilitar a nova linha foi ativado por outra investigada, que, junto a um comparsa, adquiria sistematicamente grandes quantidades de chips pré-pagos para aplicar os golpes. Após o uso, os chips eram descartados.
“As diligências realizadas revelam um modo de atuação articulado e tecnicamente estruturado, com uso de ferramentas internas das operadoras e divisão de tarefas entre os envolvidos. O foco na prevenção e repressão a crimes cibernéticos e digitais é essencial diante da crescente sofisticação dessas práticas criminosas”, destacou o delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli.
As investigações seguem em andamento.
