Lia Nogueira e Diogo Castilho desrespeitam protocolo para internar assessora
Funsaud confirmou que paciente foi levada pelos vereadores ao Hospital da Vida sem passar pela Central de Regula
Lia Nogueira e Diogo Castilho desrespeitam protocolo para internar assessoraFunsaud confirmou que paciente foi levada pelos vereadores ao Hospital da Vida sem passar pela Central de RegulaçãoDa RedaçãoDourados06/05/2021 às 18:24Lia Nogueira e Diogo Castilho em live para criticar saúde pública; ontem eles furaram a fila para beneficiar assessora (Reprodução)Lia Nogueira e Diogo Castilho em live para criticar saúde pública; ontem eles furaram a fila para beneficiar assessora (Reprodução)Os vereadores Diogo Castilho (DEM) e Lia Nogueira (PP) usaram de influência política para internar uma paciente no Hospital da Vida sem passar na Central de Regulação. O procedimento é considerado irregular, porque o protocolo determina que todas as internações passem pela central que regula as vagas nos hospitais públicos.Mais grave ainda é que a paciente é assessora de Lia Nogueira.A denúncia sobre o “jeitinho” dado pelos vereadores para internar a paciente foi feita por leitor ao Dourados Informa. A Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde), que administra o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) confirmou a entrada ilegal da paciente.“Paciente Patrícia Brandão foi atendida e operada no HV nesta quarta-feira. Sem passar pela regulação, ou seja, ignorando o protocolo Core. Ela foi levada ao HV pelos vereadores Lia Nogueira e Diogo Castilho”, afirmou a denúncia.Em contato com o Dourados Informa, a Funsaud informou que no plantão do dia 5 de maio, a paciente Patrícia Brandão deu entrada no Hospital da Vida sem ser devidamente regulada pela Core (Central de Regulação do Município).“A Funsaud afirma que a paciente estava acompanhada dos vereadores Lia Nogueira e Diogo Castilho e foi atendida pela médica plantonista. O procedimento correto seria a paciente dar entrada pela UPA, onde o médico faz a avaliação e depois o encaminhamento conforme a gravidade do caso. Se o profissional médico avaliar que o paciente precisa de um atendimento que não é realizado pela UPA, como uma cirurgia ou exames mais complexos, o médico insere a demanda no sistema Core. Após isso, conforme as vagas disponíveis e baseado em critérios técnicos, a equipe reguladora libera a vaga para o paciente em questão”, explicou a Funsaud.A nota segue: “Com base nessa regra, o procedimento correto seria encaminhar a paciente para a UPA. Quanto ao hospital ter aceitado a paciente foi porque a equipe médica avaliou e considerou se tratar de um caso que merecia socorro imediato. Nesse sentido, o hospital prestou o atendimento para evitar riscos maiores à paciente, tanto que a mesma foi operada imediatamente (apendicectomia) e, segundo a equipe médica, passa bem”.Procurado pela reportagem, Diogo Castilho disse que foi chamado para ver a paciente por volta de 19h quando ela já estava no Hospital da Vida. “Ela foi atendida pelo plantonista, conversei com o cirurgião e ele operou a paciente”, afirmou.Diogo disse ainda que a vereadora Lia Nogueira teria lhe dito que havia feito contato com a diretora técnica da Funsaud, Angela Marin. “Parece que a Angela tinha autorizado”, disse ele, sem citar que a paciente é assessora da colega de Legislativo.Lia Nogueira também foi procurada através do aplicativo WhatsApp do jornal, mas se manifestou ameaçando o Dourados Informa.Veja na íntegra a mensagem enviada pela vereadora/jornalista:“Bom, estamos tentando ligar para vocês (Jornal Dourados Informa) e vocês não atendem as nossas ligações. Sou formada em Jornalismo e Direito e conheço os princípios de ética que regem tanto o Jornalismo, como o Direito, quando se trata de denúncia. Em não garantindo o direito de resposta, o princípio do contraditório, cabe ação judicial por danos morais. E caso alguma informação seja veiculada de forma distorcida e caluniosa, eu Lia Nogueira e meu colega vereador e médico, Diogo Castilho, iremos tomar as medidas judiciais cabíveis!”Lia Nogueira e Diogo Castilho (que é médico) são membros da Comissão de Saúde da Câmara, ou seja, devem conhecer muito bem os protocolos de atendimento na saúde pública. Os dois têm se destacado pelo discurso em plenário pregando apuração de todas as irregularidades no serviço público.Nota da RedaçãoTanto Diogo Castilho quanto Lia Nogueira foram procurados através do canal oficial de WhatsApp do jornal. O espaço para os dois se manifestarem foi garantido, como determina a regra do bom jornalismo. Castilho se manifestou, mas Lia Nogueira preferiu apenas ameaçar.
Fonte: Dourados Informa