Em protesto por direitos iguais, índios cobram vacina para adolescentes
Estudantes fizeram ato hoje cedo em Dourados; Saúde anunciou 1.755 doses para esse grupo
Estudantes indígenas protestaram nesta terça-feira (14) em Dourados para cobrar das autoridades de saúde a imunização de adolescentes das aldeias de Mato Grosso do Sul contra a covid-19.
Os índios estavam nos grupos que começaram a ser imunizados ainda em janeiro, mas apenas a população adulta (acima de 18 anos) saudável recebeu as doses até agora.
Na manhã de hoje, alunos da Escola Estadual Indígena Guateka “Marçal de Souza” protestaram no posto de saúde da Aldeia Jaguapiru. “Vidas indígenas importam”, dizia um dos cartazes levados pelos estudantes.
Ao Conselho de Saúde da aldeia, eles entregaram abaixo-assinado dos alunos jovens e adolescentes pedindo que sejam disponibilizadas doses de vacinas para alunos a partir dos 12 anos de idade.
Em sua rede social, o capitão Gaudêncio Benites, da Aldeia Bororó, disse que os estudantes pediram o mesmo direito dos alunos residentes na área urbana da cidade.
Resolução
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou que a reivindicação dos estudantes indígenas está sendo atendida na Resolução 208, publicada hoje, que liberou a aplicação da vacina Pfizer como segunda dose de quem tomou a primeira dose da Astrazeneca (em falta no País).
Conforme a resolução, 2% das 87.750 doses de Pfizer recebidas pelo Estado serão destinadas a adolescentes indígenas aldeados. O percentual representa 1.755 doses, que serão encaminhadas ao Dsei (Distrito Sanitário Especial indígena), órgão responsável pela imunização da população indígena.
A comunidade indígena de Dourados foi a primeira grande prova da eficácia das vacinas contra a covid-19. Enquanto entre a população branca o percentual de infectados chega a 17% (são 38,5 mil casos entre 225 mil habitantes), na Reserva Indígena o total de casos positivos é de 5% do número de habitantes (900 casos entre 18 mil pessoas).
Créditos: Dourados Informa