Em discussão sobre greve no Hospital de Câncer, governador vai avaliar ‘critérios de governança’

Em discussão sobre greve no Hospital de Câncer, governador vai avaliar ‘critérios de governança’

Médicos cruzaram os braços desde o dia 22 de fevereiro

A greve dos médicos que suspendeu os atendimentos no Hospital de Câncer Alfredo Abrão de Campo Grande continua sendo debatida entre a Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado. Nesta quarta-feira (1º), o governador Eduardo Riedel (PSDB) disse que o avaliações serão feitas a respeito da administração do hospital.

A paralisação das atividades que interrompeu tratamento de câncer de paciente, como quimioterapia e radioterapia, começou no último dia 22 de fevereiro.

Para esta quarta está prevista reunião entre a direção do hospital, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e a SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Em agenda pública nesta quarta, o governador Eduardo Riedel afirmou que o Governo seguirá apoiando o hospital, mas que algumas questões serão discutidas.

“O Governo não vai deixar de apoiar a instituição Alfredo Abrão, mas tem que discutir os critérios de governança, a obra, a evolução do hospital e a política pública direcionada”, disse o governador.

Riedel afirmou que o Governo do Estado também deve se reunir com o representantes do Ministério Público do Estado.

Sem dinheiro, hospital não paga médicos

Sem receber salários e outros direitos trabalhistas, os médicos do Hospital de Câncer de Campo Grande anunciaram paralisação dos atendimentos na última quarta-feira (22). O anúncio de greve já havia sido feito no dia 18 de janeiro deste ano, mas foi adiado por 30 dias em uma tentativa de que a situação se resolvesse. 

Segundo a direção da unidade, o déficit financeiro acumulado do Hospital de Câncer chega a R$ 770 mil reais por mês. Em meio a diversos problemas elencados, os médicos aguardam o cumprimento integral da regularização dos pagamentos e dos contratos dos integrantes do corpo clínico; regularização dos serviços de patologia e exames de imagens, essenciais aos diagnósticos e tratamentos. 

Por enquanto, local só recebe atendimento de urgência e emergência realizados realizados no PAM (Pronto Atendimento do Hospital, 24H), cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonoterapia já em andamento.

Além disso, os médicos anunciaram que só normalizarão os atendimentos quando houver resolutividade para esta questão e quando os recursos forem efetivamente liberados. 

Em dezembro, 422 funcionários e 75 médicos já tinham relatado falta de pagamento do 13º salário dos funcionários. Atualmente, 99% dos pacientes do SUS recebem tratamentos gratuitos no Hospital de Câncer. A unidade realiza 70% dos atendimentos oncológicos públicos de todo o Estado. 

Hospital pediu ‘socorro’ à prefeitura

A ameaça de greve dos médicos é coisa antiga e em janeiro eles ameaçavam paralisar os atendimentos por falta de pagamento ao Corpo Clínico. Em janeiro deste ano, a instituição precisou pedir ‘socorro’ à prefeitura, que encaminhou repasse de R$ 1 milhão para quitar folha de dezembro dos médicos que atendem na unidade de saúde.

“A Diretoria Executiva pretende junto aos médicos do Corpo Clínico adequarem os itens reivindicados a capacidade financeira da instituição, que encontra-se em grave situação. Há um enorme déficit financeiro do HCAA com necessidade incremento de custeio de R$ 770.000,00/mês, e cujo ápice se deu em dezembro com pagamento do 13º salário dos funcionários do hospital”, informou o local por meio de nota na época. Ao todo, hospital conta com 422 colaboradores e 75 médicos.

FONTE: Mídia Max

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