Deputado federal de MS chama operação da PF contra Bolsonaro de pirotecnia
Ex-presidente é acusado de fraudar o cartão de vacinas para poder viajar
“Você já ouviu falar em conversa pra boi dormir?”, disse o deputado federal Luiz Ovando (PP) sobre a Operação Venire, que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira (3). A ação da Polícia Federal apura fraude no cartão de vacina de Bolsonaro, da filha e mais três pessoas.
Para o parlamentar, a operação foi uma ‘cortina de fumaça’ para esconder uma possível derrota do Governo se o PL 2630 – que trata das fake news – fosse votada. “E a real derrota ontem na Câmara tornando inválido o Decreto Presidencial do Marco do Saneamento? Foi pra isso que fizeram essa operação. Tudo pirotecnia”, afirmou.
Operação Venire
A casa de Bolsonaro foi alvo de buscas na manhã de quarta-feira. Os celulares de Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro foram apreendidos. Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva foram cumpridos.
De acordo com a Polícia Federal, não há mandado de prisão contra o ex-presidente. A corporação apura a atuação de uma associação criminosa que tinha como prática inserir dados falsos de vacina contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz a PF em nota.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal. E, segundo a PF, quatro crimes são investigados: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.