Conjuntura política e cenário atual marcam a abertura nacional da colheita do milho
Com debate sobre a atual conjuntura política, perspectivas para o agronegócio brasileiro e o cenário do milho a curto prazo, a colheita nacional da segunda safra de milho foi oficialmente lançada em Cláudia (MT). O evento foi promovido pelo projeto Mais Milho, realizado em uma parceria da Associação Brasileira dos Produtores de Milho – Abramilho, Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso – Aprosoja/MT e Canal Rural.
Na oportunidade, o presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul – Aprosoja/MS e conselheiro fiscal da Abramilho, André Dobashi, participou de um painel técnico e ressaltou que os custos de produção são desafiadores para quem produz e por isso, precisam ser analisados com cautela. “Sempre que a gente atrela o custo do insumo ao produto, por exemplo, custo da semente com a saca de milho, tonelada de fertilizante com a saca de milho, entramos na composição correta do custo, então o barter nessa hora é muito importante”, explicou.
Dobashi reforçou ainda que, o armazenamento de grãos é um problema a nível nacional, deixando o produtor suscetível às movimentações de mercado, que nem sempre são favoráveis à comercialização de commodities agrícolas. Por isso, uma rotação de cultura eficiente, com a adoção de plantas alternativas, como amendoim, feijão, sorgo, trigo, pode ser uma alternativa para melhorar o escoamento da produção, com preços de comercialização mais atrativos, proporcionando ao produtor rural uma capitalização semelhante à do cereal.
“É para mais produtividade, mais rentabilidade, mais eficiência do produtor e não somente produção”, disse o diretor executivo da Abramilho e apresentador do Canal Rural, Glauber Silveira, se referindo à história do projeto Mais Milho.
O presidente institucional da Abramilho, Otávio Canesin disse que o sucesso na produção de grãos do Mato Grosso, que representa cerca de 40% da produção nacional de milho se deve ao empenho dos produtores, aliado aos projetos que impulsionam e discutem os gargalos da produção.
O presidente da Aprosoja/MT, Fernando Cadore ressaltou que, inicialmente o milho era apenas um compositor de renda e hoje é uma potência tão grande quanto a soja. Porém, a linha tênue que há entre lucros e prejuízos exige estudos precisos de viabilidade da cultura para manutenção da renda do produtor e movimentação da economia local.
O evento reuniu representantes de instituições do setor agrícola, políticos, técnicos e produtores rurais.
Segunda safra
De acordo com dados da Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados no 9º Levantamento de Safra, a segunda safra apresenta números recordes, com área de 17 milhões hectares e expectativa de colheita de 96,3 milhões de toneladas do grão, um incremento de 12% em relação ao ciclo anterior.
A produção brasileira do cereal, considerando as três safras, deve atingir 125,7 milhões de toneladas, representando boa parte do total de grãos produzidos no país, estimado em 315,8 milhões de toneladas.