Com pagamentos atrasados, Santa Casa diz ainda estar esperando repasse
O pagamento será de R$ 25 milhões, dividido em três parcelas mensais
A Santa Casa informou que ainda está aguardando o repasse do Governo do Estado para colocar em dia o salário atrasado de 350 funcionários e repasses para fornecedores.
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O pagamento será de R$ 25 milhões, a ser dividido em três parcelas mensais de R$ 8,3 milhões, por meio do Fundo Municipal de Saúde. O recurso foi garantido por meio da bancada federal.
Já a Prefeitura de Campo Grande fará repasse de R$ 12 milhões por ano à Santa Casa, além de reajustar o contrato com a unidade, que estava congelado há dois anos.
A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, explicou ao Campo Grande News que está aguardando o repasse do governo estadual. “Toda essa questão depende do dinheiro do Estado. O Estado ainda não fez o pagamento, até o final do mês foi a data”, pontuou.
Além disso, a reportagem recebeu a informação de que o hospital iria colocar os pagamentos em dia somente em junho, mas Alir negou. “Essa informação não saiu da Santa Casa”, disse.
Durante reunião no dia 8 de abril, a Santa Casa admitiu que os salários estavam atrasados. Os funcionários com carteira assinada estão com o pagamento em dia, mas 350 médicos contratados por meio de CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e empresas fornecedoras de insumos estão com pagamentos em atraso.
Pacientes acamados no chão na Santa Casa da Capital (Foto: Divulgação)
O Campo Grande News entrou em contato com o Governo do Estado para saber sobre a data do pagamento e aguarda o retorno.
Atendimentos suspensos – Em março, a Santa Casa já havia informado que não estava mais conseguindo receber novos pacientes. O motivo divulgado pela diretoria do hospital é a situação “caótica” de superlotação, principalmente no pronto-socorro. De acordo com a nota, tem capacidade para 13 pacientes, mas está comportando 80.
A cozinheira Marili Santos, de 50 anos, teve o retorno com o ortopedista cancelado, na sexta-feira (11), às 9h. Ela fraturou a patela e passou por uma cirurgia no dia 16 de janeiro.
“Falaram que mandaram mensagem no telefone da minha filha, mas foi com o nome masculino e eu nem me atentei. Cheguei lá estava cancelada, e falaram que não tem previsão de marcar de novo”, lamentou.
Conforme ela conta, o retorno teria que ser marcado 30 dias após a cirurgia, ou seja, em fevereiro. Mas, só foi marcado em abril.
Déficit – Desde 2018, o hospital está com déficit de R$ 256 milhões calculados a partir de 2018, quando o hospital entrou com ação e pediu reequilíbrio econômico financeiro na contratualização com poder público.
Este processo está em grau de recurso no TRF3ª Região, segundo ela, com parecer favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República).
