Com calor extremo, Famasul e Aprosoja/MS orientam sobre cuidados no campo
Diante do calor que ainda atinge Mato Grosso do Sul, causado pela alta pressão e a atuação do El Niño, no campo, alguns cuidados com o calor extremo são imprescindíveis para a produtividade. Na horticultura e fruticultura, a recomendação é usar sombrite e ter atenção com os horários de irrigação. No caso das florestas plantadas, monitorar e redobrar o alerta para focos de incêndio.
“Nas áreas de pastagem, a orientação é deixar os aceiros em dia, revisar os bebedouros para estar sempre abastecidos com água limpa. Evitar manejo nos períodos mais quentes do dia ajudam no bem-estar animal”, destaca o gerente-técnico do Sistema Famasul, José Pádua.
Os produtores também precisam se atentar ao momento certo para o plantio da soja, liberado desde o dia 16 de setembro, de acordo com a determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Para minimizar os danos das altas temperaturas, a adoção da rotação de culturas com plantas de cobertura aliada ao sistema de plantio direto é uma excelente ferramenta para a deposição de palhada no solo, uma vez que, além de melhorar aspectos microbiológicos, químicos e físicos, a resteva ainda auxilia no controle de temperatura e retenção de umidade.”, destaca o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.
Para o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Flumignan, as condições do solo para a semeadura são muito influenciadas pelo tempo. Por isso, normalmente o melhor momento se dá com a presença de chuvas intermitentes e temperaturas amenas.
“O solo muito seco prejudica a germinação, enquanto o excesso de umidade atrapalha a operação no campo, além de que o trabalho com máquinas nesta condição compacta o solo. O ideal é ele estar em condição friável, pois nela a umidade é considerada adequada para a germinação das sementes e crescimento inicial das plântulas.”, explica.
Os produtores que optarem pela semeadura durante os dias de altas temperaturas, precisam estar atentos à viabilidade da operação, já que as condições extremas podem reduzir a capacidade de germinação ou comprometer a emergência e o desenvolvimento da cultura.
“A falta de umidade no solo na camada onde é feita a semeadura da soja (de 2 a 5 cm), associada a alta incidência de radiação solar, alta temperatura do ar e baixa umidade relativa do ar, acentua o processo de secamento e provoca o superaquecimento do solo. A superfície é justamente a camada que se torna mais seca e quente no decorrer deste processo.”, conclui Flumingnan.
Para o fim desta semana, há previsão de quebra do bloqueio atmosférico causado por uma frente fria de origem oceânica, favorecendo a queda da temperatura. Não se descartam pancadas de chuvas acompanhadas de raios e rajadas de vento em todo o estado. O Global Forecast System (GFS) indica que até a segunda semana de outubro, são previstos acumulados de chuvas de até 200 milímetros para as regiões central, leste e nordeste de Mato Grosso do Sul.
Cuidados com a saúde
Independentemente da cadeia produtiva, em situações de altas temperaturas e baixa umidade do ar, os trabalhadores rurais precisam redobrar os cuidados com a saúde. Evitar a exposição solar nas horas mais quentes do dia, usar roupas leves, chapéu, protetor solar e aumentar a ingestão de líquidos são algumas das ações que auxiliam a enfrentar períodos como este.