Capital deixa frota parada e gasta R$ 1,9 milhão com aluguel de ambulâncias

Capital deixa frota parada e gasta R$ 1,9 milhão com aluguel de ambulâncias

A crise na saúde de Campo Grande, que conta com situação crítica da Santa Casa, agora vê um novo front se abrir. A prefeita Adriane Lopes (PP) deve entrar na mira do Ministério Público tanto Federal quanto Estadual após denúncias dos deputados federais Geraldo Resende (PSDB) e Camila Jara (PT). 

Os parlamentares estão indignados com a situação de 13 ambulâncias enviadas pelo Ministério da Saúde ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que estão paradas no pátio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), enquanto a prefeitura mantém contrato de R$ 1,9 milhão com uma empresa terceirizada para aluguel de ambulâncias.

No dia 12 de dezembro de 2024, a gestão Adriane comemorou a chegada de seis novas ambulâncias ao Samu, em solenidade na sede da Sesau. Cada uma custou R$ 289 mil, resultando em um investimento total de R$ 1,7 milhão. As viaturas foram adquiridas em compensação pela retirada de oito veículos antigos, desgastados pelo uso contínuo.

No dia 25 de abril deste ano, em mais uma celebração, foram entregues outras sete novas ambulâncias ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, doados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula (PT). A data acabou sendo especial porque eram comemorados 20 anos do Samu de Campo Grande.

Das sete ambulâncias, seis são de suporte básico e uma de suporte avançado, com um investimento total de R$ 2,410 milhões. As de suporte básico, com valor unitário de R$ 324 mil, totalizam R$ 1,944 milhão, enquanto a de suporte avançado tem valor estimado de R$ 466 mil.

O que era festa, virou indignação com a revelação pelo jornal Midiamax de que as ambulâncias estão paradas desde que foram entregues, perecendo com o passar do tempo, enquanto o município atende os campo-grandenses com viaturas alugadas pelo valor de R$ 1.910.974,20 da empresa A & G Servicos Medicos Ltda desde o segundo semestre do ano passado. O contrato se encerra no próximo mês de julho. 

A deputada federal Camila Jara acionou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul para questionar a prefeitura e exigir o planejamento estratégico de expansão do Samu na Capital. 

“Enquanto a cidade enfrenta uma crise na saúde e a população sofre com um dos trânsitos mais violentos do país, os veículos que poderiam ser o diferencial entre a vida e a morte estão parados em algum pátio por conta da burocracia e da má gestão”, afirma a petista. “Quantas pessoas poderiam ser salvas pelo SAMU com esse equipamento de ponta?”.

Questionamento semelhante é feito pelo deputado federal Geraldo Resende, que participou da entrega das ambulâncias em abril, o que deixou o tucano ainda mais revoltado. 

“Enquanto pacientes aguardam socorro nos postos e hospitais, dezenas de ambulâncias novas e equipadas estão paradas, enferrujando em Campo Grande! Um verdadeiro atentado à saúde pública!”, disse Resende em publicação nas suas redes sociais.

“Recebi com indignação esta notícia. Revoltado, acionei minha equipe jurídica e já fizemos uma representação contra a administração pública de Campo Grande no Ministério Público Federal e no Ministério Público Estadual, e estou encaminhando um ofício ao ministro da Saúde para que a gente possa colocar essas ambulâncias do Samu em funcionamento com urgência”, declarou.

Na Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Landmark Rios (PT) protocolou um ofício na prefeitura, solicitando esclarecimentos sobre a situação das ambulâncias paradas. 

“Não estamos aqui para fazer politicagem, mas é inadmissível ver veículos novos, prontos para atender a população, parados por entraves burocráticos. Protocolamos o ofício pedindo informações sobre a regularização, detalhes do contrato atual com as ambulâncias alugadas e o que está sendo feito para resolver a situação”, afirmou o vereador na sessão da Câmara desta terça-feira (3).

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