Câmara de Ribas do Rio Pardo abre processo de cassação contra vereador que caluniou servidor

Câmara de Ribas do Rio Pardo abre processo de cassação contra vereador que caluniou servidor

Nego da Borracharia discursou que funcionário público comissionado seria “puxa-saco do prefeito”

Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo instaurou comissão processante que pode resultar na cassação do mandato do vereador Álvaro Andrade dos Santos, o Nego da Borracharia. Ele foi denunciado por calúnia a um servidor público municipal comissionado.

Na sessão de 10 de fevereiro, o parlamentar discursava durante a votação do projeto de lei que garantiu reajuste salarial aos secretários municipais. “Eu estou falando dos demais salários que são, sim, puxa-saco do prefeito [João Alfredo Danieze, do PSOL] que tá lá dentro.  São cargos indicados… Eu não preciso ir muito longe não”, disparou.

Nego da Borracharia citou o nome de dois servidores, incluindo do denunciante. 

“As declarações do vereador constitui grave manifestação ofensiva com reflexos cíveis, criminais e disciplinares de modo a ter reprimenda exemplar das ofensas e acusações no parlamento municipal. A manifestação do vereador viola a dignidade da pessoa humana, direito fundamental, dos trabalhadores e servidores municipais os quais vivem diuturnamente em posição de esforçando-se para atingir o melhor trabalho possível e satisfazer o interesse público”, pontuou o servidor.

denúncia foi analisada em plenário na sessão da semana passada. Foram favoráveis à continuidade da apuração os vereadores Christoffer Jamesson da Silva, o Policial Christoffer (PSC); Paulo Henrique Pereira da Silva, o Paulo da Pax (MDB); Rose Pereira (PSOL); Sidinei Fontebasse, o Cascãozinho (PSC); e Tania Ferreira (Solidariedade).

Votaram para arquivar a denúncia Anderson Arry (PSDB); Edervânia Malta (MDB); Isac de Araújo, o Pastor Isac (PTB); e Tiago Gomes de Oliveira, o Tiago do Zico (PSDB).

Foram sorteados para compor a comissão processante Anderson Arry (presidente), Pastor Isac (relator) e Policial Christoffer (membro). O colegiado tem cinco dias para notificar Nego da Borracharia.

Por sua vez, ele tem dez dias úteis para apresentar a defesa. Em seguida, a comissão terá que emitir parecer em cinco dias recomendando o prosseguimento e instrução ou o arquivamento.

Ao fim desse prazo, o plenário decide se a denúncia prossegue ou se será arquivada. Tendo maioria para continuar, começa a fase de oitiva de testemunhas.

Após essa fase, um parecer final é elaborado pelo colegiado e enviado ao plenário. Se oito vereadores votarem para cassar o mandato de Nego de Borracharia, ele será substituído pelo suplente Marcos Gomes da Silva Júnior, o Tomatinho (PSD). Se não houver maioria, Nego é inocentado.

Uma outra denúncia do mesmo teor foi rejeitada.

Em transmissão ao vivo em seu perfil na rede social Facebook, Nego da Borracharia alegou que “puxa-saco” não configura ofensa, logo, não haveria quebra de decoro.

“O artigo 29 da Constituição [Federal] fala que o parlamentar é inviolável em seu voto e palavra. Sempre vai existir perseguição política e se eu cometi algo que mereça cassação, eu deveria mesmo. Quebra de decoro seria por corrupção. Isso seria manchar a imagem da Câmara”, afirmou.

FONTE: Mídia Max

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