Cesta básica em Dourados tem alta de 5,40% e compromete quase metade do salário mínimo

O valor da cesta básica em Dourados registrou um aumento expressivo de 5,40% no mês de março de 2025, em comparação com fevereiro. É o que aponta a pesquisa realizada pelo Projeto de Extensão “Índice da Cesta Básica do Município de Dourados”, desenvolvido por acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE) da UFGD.
O levantamento foi feito na última semana de março e na primeira semana de abril, e mostra que os alimentos essenciais estão pesando cada vez mais no orçamento das famílias douradenses.
Em fevereiro, o custo da cesta com os 13 produtos definidos pelo DIEESE era de R$ 676,52, valor que saltou para R$ 713,07 em março. Isso representa 46,97% do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.518,00. Entre os itens que mais contribuíram para o aumento, o tomate lidera com uma alta de 52,52% em relação ao mês anterior.
A batata também teve aumento significativo, de 17,09%, seguida pelo café, que subiu 5,86%. A carne bovina registrou aumento de 2,82% e o pão francês ficou 2,02% mais caro. Esses alimentos, considerados básicos na mesa dos brasileiros, apresentaram elevação também no mês de fevereiro, o que reforça uma tendência de alta acumulada.
Apesar disso, oito produtos da cesta apresentaram queda de preço em março. A banana foi o item com maior redução, com recuo de 14,01%. A farinha de trigo teve queda de 11,33% e o arroz caiu 5,21%. Também foram registradas reduções nos preços do leite, açúcar, óleo de soja, margarina e feijão. Ainda assim, as quedas não foram suficientes para conter o impacto causado pelos produtos com aumentos mais expressivos.
Outro dado relevante do levantamento é a grande variação de preços entre os estabelecimentos de Dourados. A diferença chegou a R$ 103,11, ou 13,66%, para os mesmos produtos da cesta, o que reforça a importância de pesquisar antes de realizar as compras.
A pesquisa orienta os consumidores a consultar também os relatórios divulgados pelo Procon municipal, que apresentam os preços praticados por cada supermercado da cidade.
Com a alta nos alimentos, o tempo de trabalho necessário para adquirir a cesta básica também aumentou. Em fevereiro, um trabalhador douradense precisava de 98 horas e 3 minutos de jornada para comprar os itens. Em março, esse número subiu para 103 horas e 20 minutos, demonstrando a perda do poder de compra do salário mínimo diante da inflação alimentar.
O Projeto de Extensão da UFGD realiza mensalmente esse acompanhamento como forma de contribuir com informações úteis para a população e para o planejamento financeiro das famílias. A próxima edição da pesquisa deve apresentar os dados referentes ao mês de abril e continuará monitorando o impacto dos preços no cotidiano dos douradenses.