Manifestações continuam em nove trechos nas BR’s no MS
As manifestações de eleitores contrários à eleição do ex-presidente Lula continuam em nove pontos de rodovias federais em Mato Grosso do Sul. Apesar das ações, há restrições parciais de tráfego em seis trechos nas BR’s 060, 163, 158 e 262, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Ontem, a Justiça Federal determinou o desbloqueio das vias sob pena que varia de R$ 10 mil a R$ 100 mil para pessoas físicas e jurídicas, respectivamente. Em Dourados, o único ponto de protesto, no Trevo da Bandeira, está com trânsito fluindo normalmente nos dois sentidos.
Em Campo Grande, as ações ocorrem na BR-060 e na 163. 
No km 368 da primeira há obstrução parcial por veículos de carga e pneus, enquanto na segunda, apenas carros de passeio, emergência e cargas perecíveis são liberados de tempos em tempos.
Pela manhã, segundo a imprensa da Capital, agentes da PRF precisaram utilizar bombas de efeito moral para dispersar o movimento e liberar um dos trechos da BR-163 bloqueado.
Outro ponto com livre passagem para veículos específicos, incluindo carga viva e perigosa está no km 206 da mesma rodovia, em Caarapó.
Ainda na BR-163, em Bandeirantes, apenas veículos de emergência e carga viva estão com livre passagem, o mesmo ocorre na BR-262 em Anastácio. Já na BR-158, em Paranaíba, os manifestantes estão liberando apenas veículos de passeio.
Na noite de domingo (30/10), Lula venceu o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, somando 60.345.999 votos contra 58.206.354, desde então, grupos deram início a ações em várias partes do país contrários ao processo eleitoral.
Com o bloqueio nas vias, houve uma corrida de populares a postos de combustíveis e supermercados, causando inclusive escassez de produtos.
Esses foram alguns dos motivos utilizados pela Justiça Federal em Mato Grosso do Sul para argumentar a desobstrução das rodovias que cortam o Estado.
Para o juiz Daniel Chiaretti, todo o tipo de manifestação é válida, porém, a frustração com o resultado das eleições diante do fechamento de rodovias, causa enormes prejuízos à população, relembrando episódios de protestos de caminhoneiros em 2018, quando houve a escassez de produtos considerados essenciais, como os combustíveis.
“A frustração com um resultado eleitoral é legítima e faz parte da democracia. Contudo, ao canalizar esta frustração através de bloqueios de rodovias, causando enormes prejuízos à população, e com um discurso de subversão da ordem constitucional, os manifestantes estão sujeitos à restrição de um direito fundamental. E, em segundo lugar, o protesto em questão está causando prejuízos ao fluxo de pessoas no estado, trazendo prejuízos à população. Já há registros na imprensa, por exemplo, de receio de falta de combustível, na esteira do que ocorreu nos protestos de 2018”, diz trecho da determinação.
FONTE: Dourados News
