MS era ‘porta de entrada’ de armas que abasteciam facções no RJ
A Polícia Federal informou durante coletiva de imprensa na manhã de hoje, da operação Balada, em Uberlândia (MG), que Mato Grosso do Sul era ‘porta de entrada’ para armas que abasteciam organizações criminosas na Maré, no Rio de Janeiro.
O município usado pelo grupo era Ponta Porã, que faz fronteira seca com o Paraguai, através de Pedro Juan Caballero.
De acordo com a PF, foram efetuadas 59 prisões (cinco em flagrante) e 62 veículos apreendidos, além de R$ 780 mil em dinheiro. Os policiais também apreenderam armas e munições.
Não foi detalhado se houve prisões em MS.
Os criminosos passaram a ostentar nas redes sociais, os luxos comprados com o dinheiro do tráfico de drogas e armas. Eles também desviavam produtos químicos do mercado formal para laboratórios de cocaína, sendo que, em sete meses, quatro toneladas foram desviadas, quantidade que resultariam na produção de 11 toneladas do entorpecente.
Uberlândia servia de entreposto para a guarda das drogas e armamento distribuído para outros estados.
Ao todo foram cumpridos 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.
Organização
A organização operava com um estruturado esquema de tráfico de drogas e preparava entorpecentes para comercialização, mediante emprego de insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas.
Conforme as investigações, o armamento adquirido pelo grupo criminoso saía de Mato Grosso do Sul e era transportado para Uberlândia, de lá, seguia para a região do Triângulo Mineiro, que municiavam quadrilhas especializadas em roubos a bancos, bem como organização criminosa no Rio de Janeiro.
Durante as investigações, foram apreendidos um carregamento de oito fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, na cidade de Uberlândia. Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com emprego de batedores durante os seus deslocamentos.
Para despistar a origem do patrimônio, o grupo administrava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo.
Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis. Participam da operação, cerca de 850 policiais federais.
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