Turistas não podem mais tirar fotos com famosas araras azuis em fazenda de Bonito

Turistas não podem mais tirar fotos com famosas araras azuis em fazenda de Bonito

A partir de agora, segundo o Ibama, os turistas não poderão mais tirar fotos com os animais, já que esse contato é proibido por lei

Um empresário foi multado em R$ 105 mil por utilizar araras-azuis como atrativo turístico em Bonito. A balneário do administrador foi alvo de fiscalização do Ibama após vídeo em que ele aparece abraçando as aves viralizou na internet. A postagem feita pela empresa já acumula mais de 2,1 milhões de curtidas e 27,6 mil comentários. Postar fotos com as araras, inclusive, era uma prática comum entre as centenas de turistas que visitavam o ponto turístico. 

“VENDE-SE OS PACOTES PARA OS TURISTAS E AS PESSOAS FAZEM OS PASSEIOS NA CACHOEIRA E APÓS OS PASSEIOS, DEPOIS DO ALMOÇO, FAZ A CEVA, AS AVES SE APROXIMAM E AI COM A CEVA, APROXIMA E ELES FAZEM O REGISTRO FOTOGRÁTICO”, COMENTA A AGENTE AMBIENTAL FEDERAL JUSSARA BARBOSA DA FONSECA ALVES.

A ceva é quando alguém oferece alimento pra atrair os bichos e domesticá-los para uso comercial o que é um crime contra o meio ambiente. De acordo com os fiscais, o balneário tem licença do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para operação no turismo, que libera apenas a visitação e a contemplação da fauna e da flora.

É uma questão de segurança para os dois lados. Esse animal, de vida livre, tem seus parasitas, tem uma série de vírus e bactérias que vivem com ele normalmente e forçando este contato a gente aumenta a possibilidade de estar se contaminando também. Então o ideal é que animal de vida livre, vida silvestre, permaneça no lugar dele, sem nenhum tipo de interferência ou contato”, explica o biólogo do Instituto Arara Azul, Bruno Henrique Grolli Carvalho.

Durante a fiscalização na fazenda, os fiscais encontraram um casal de araras-azuis dentro de um carro. A administração do local disse que elas adotaram o espaço como um ninho, mas vivem soltas. Do lado de fora, no capô da camionete, havia restos de sementes, frutas e também arroz e feijão.

“PELA FREQUÊNCIA QUE ELAS RECEBEM ALGUNS ALIMENTOS QUE NÃO SÃO ADEQUADOS, COMIDA DE CASA, QUE É BEM DIFERENTE DO QUE ELAS COMEM NA NATUREZA, AS PENAS DAS ARARAS FICARAM COM UM ASPECTO OPACO, DIFERENTE DO ASPECTO VIVO QUANTO ESTÃO SOLTAS NA NATUREZA”, COMPLETA BRUNO.

O superintendente do órgão, Coronel Moreira, deixa claro que não é proibido o avistamento dos animais, mas sim o uso comercial, forçando o convívio com as pessoas. 

“Não é proibido o avistamento das araras, o que é proibido é fazer a ceva e fazer o comércio da imagem do animal silvestre como atrativo. Ele não é um animal domesticado, não tem autorização para fazer isso. Nesse local foi identificado que eles interferiram nos animais silvestres, colocando ceva para forçar alimentação na hora que o turista estiver passando”, explicou.

FONTE: Dourados Agora

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