Falta de chuva não afeta produção de soja que segue com boa expectativa em Dourados
O mês de novembro fechou com o acumulado de chuva abaixo do esperado, com pouco mais de 99 mm, frente aos 150 mm previstos para o período, conforme aponta os dados da Embrapa Agropecuária Oeste, que há mais de quatro décadas realiza o monitoramento em Dourados e região. Apesar dos níveis abaixo da média histórica, isso não apresentou impactos significativos na produção de soja, onde o produtor já espera as chuvas de dezembro.
Rodrigo Arroyo Garcia, pesquisador da Embrapa Dourados, acredita que a situação é satisfatória para o produtor, sendo media conforme a fase fenológica da lavoura de soja.
“Aquela soja semeada em setembro ou início de outubro já está mais avançada, em fase reprodutiva, passou do florescimento e formação de vagens. Nesse caso uma deficiência hídrica mais acentuada diminui o potencial produtivo. Já aquela soja semeada mais tardiamente, que está iniciando o florescimento, não tem um impacto significativo na produtividade”, afirma.
Esse é o caso do produtor rural Rodrigo Fonseca, de Dourados, que aproveitou bem a fase de maior volume hídrico em setembro e outubro e hoje tem bons resultado em suas propriedades.
“A chuva não afetou a produção e a nossa expectativa é de safra cheia. Ainda não conseguimos ter uma ideia concreta de quantidade por hectare, temos que chegar até meio de dezembro para ter um parâmetro em porcentagem, já com formação de vagens e peso no grão, aí sim conseguimos ter ideia de produção, mas nossa expectativa é ótima”, afirma o produtor.
E se em novembro faltou chuva, dezembro já chegou com os primeiros sinais dela e a previsão é de volumes dentro do esperado para o último mês do ano.
“Nos próximos dias a previsão já mostra volumes maiores de chuva, então vai ser bastante satisfatório principalmente para atender aquelas lavouras que estão um pouco mais avançadas no desenvolvimento e têm uma demanda por água um pouco maior”, disse o pesquisador.
Rodrigo Arroyo ressalta a questão da distribuição das chuvas que em algumas situações é até mais importante que o volume total do mês. “É muito melhor, por exemplo, três chuvas de 15 mm, uma em cada decêndio de dezembro, do que uma chuva só de 70 mm no começo de mês”, afirma.
Manejo Assertivo
O pesquisador alerta ainda que a partir das fases mais avançadas da soja o produtor precisa redobrar a atenção com a questão fitossanitária, com a ferrugem asiática, mancha-alvo, percevejos, entre outros.
“Nessa fase o produtor precisa enfatizar o monitoramento da lavoura para ter as decisões mais assertivas possíveis, pensando em alto potencial produtivo e também em custos de produção não tão elevados”, finaliza.
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FONTE: Dourados News